Por Mislany Pereira de Oliveira
Graduada em Nutrição pela Faculdade Santa Rita-FASAR
No novo cenário em que vivenciamos o isolamento social, as mudanças proporcionadas podem trazer preocupações e consequências à nossa saúde (física e mental), principalmente em se tratando do tema alimentação.
É natural, que quando em casa, as pessoas tendem a “atacar” a geladeira e os armários com mais frequência por motivos diversos, sejam eles: a fome , a ansiedade, para passar o tempo assistindo um filme/seriado, mexer em redes sociais, dentre outros diversos motivos. Ocorre que a sensação de prazer que a comida proporciona ao ser humano, faz com que esses abusos se tornem recorrentes, principalmente no consumo de fast foods, alimentos ricos em açúcares, frituras e outros, que tem aumentado significativamente durante a pandemia do Covid-19, segundo uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em agosto deste ano.
Isso tem se tornado uma preocupação, pois as consequências são perceptíveis a curto prazo, como mostra uma outra pesquisa da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Segundo a pesquisa, 4 a cada 10 brasileiros tem um ganho médio de peso de cerca de 2.8kg somente no período da pandemia. Outra consequência é o descontrole da glicemia, do colesterol, da pressão arterial dentre outros. Como consequência, todo este quadro pode levar o organismo a um quadro de baixa imunidade, o que representa um agravante das condições de exposição do indivíduo, numa situação de contágio pelo novo coronavírus.
Com o intuito de garantir um equilíbrio na alimentação e, consequentemente, na saúde como um todo, é necessário que a pessoa defina quando é a fome “física” da fome “emocional”. A saber, fome física é aquela destinada a suprir seu organismo com todos os nutrientes básicos (necessidade). Sua falta causará fraqueza, tonturas e etc, indicando que o corpo precisa de alimento. Já a fome emocional, é aquela em que o indivíduo busca suprir um desejo, um alívio, e já não mais uma necessidade fisiológica (física do corpo), é comer buscando constantemente satisfazer um prazer ou para se esquivar dos problemas, por ansiedade, por medo, enfim.
Uma boa dica para saber distinguir uma fome física (necessidade) de uma emocional (desejo), é fazer uma pergunta básica sem burlar sua própria resposta: Estou com fome ou estou com vontade de comer? Se a resposta for “vontade”, resista. Seja mais forte que seu ímpeto e não tenha a comida como um troféu de recompensa e não se engane.
Hoje em dia, existem várias “dietas milagrosas” ao alcance de um clique, porém, a maioria delas podem causar danos à sua saúde emocional ou física, como irritação, quadros depressivos, mau humor, fraqueza, tonturas, desmaios, entre outros. A sugestão para reverter essa situação sugere-se algo que só dependerá de você e de sua disciplina, que é o que conhecemos como reeducação alimentar.
Aproveite esse momento para começar essa mudança, pois, mais tempo em casa, suspeita-se que você tenha mais tempo para pensar e planejar o que vai comer em cada refeição, quando que essa refeição deve ocorrer e, principalmente, senso crítico para definir se o que vai consumir é realmente saudável.
Algumas dicas que podem auxiliar:
● consumir aproximadamente 2 litros de água por dia;
● fazer, no mínimo, 30 minutos de atividade física diariamente;
● consumo de doces, apenas como sobremesa e em pequenas quantidades;
● consumir diariamente de 2 a 3 frutas variadas ;
●consumir bastante salada (preferencialmente crua) em todas as maiores refeições (almoço e jantar), independente do cardápio;
● evitar, ao máximo, o consumo de fast food e alimentos ricos em açúcares e gorduras;
● evitar o consumo de comidas processadas/industrializadas.
Toda mudança deve ocorrer de dentro para fora e, principalmente, sem exageros.
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