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Casal de jovens é agredido por policiais militares no bairro Santo Antônio, em Mariana

Atualizado: 2 de nov. de 2022

Hugo Rodrigo Malta Thomaz, de 23 anos, levou quatro pontos na cabeça e ficou com hematomas pelo corpo



Na noite do último sábado, 29, o casal de jovens, Waureliany Ariel dos Santos, 21 anos, e Hugo Rodrigo Malta Thomaz, 23 anos, afirmou ter sido agredido por policiais militares, no bairro Santo Antônio, conhecido também como Prainha, em Mariana.


Segundo Waureliany, ela e seu marido estavam na porta de casa, se divertindo com seus filhos, um de pouco mais de um ano e outra de seis anos, até que duas viaturas chegaram para atender uma ocorrência ao lado. “Estava tendo um desentendimento familiar, entre mãe e filha. A primeira viatura chegou tranquilamente. Já a segunda chegou correndo, com policiais tirando o cassetete, gritando e jogando spray de pimenta”, conta.




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A jovem disse que os policiais começaram a agredir uma dessas vizinhas, que é menor de idade. Com isso, a mãe dessa menor interviu. Foi quando ela foi jogada no chão e levou chutes. Foi nesse momento que Hugo pediu aos policiais para parar com as agressões. “Ele queria que parassem de bater nela, pois era uma senhora. Os policiais vieram para cima dele, dizendo que era desacato e já bateram na cabeça dele com o cassetete, deram chutes e socos”, conta Waureliany.


O vídeo abaixo mostra esse momento.




No vídeo também é possível ouvir um choro de uma criança, que é a filha do casal, de seis anos. “Ela está em choque. Nem consegue dormir direito. Fica fazendo várias perguntas e com muito medo. Teremos que levá-la ao psicólogo”, disse Waureliany.




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A jovem também contou que seu filho de pouco mais de um ano, que estava em seu colo, teve um ferimento na cabeça. “Só não foi nada mais grave porque entreguei meu filho para alguém que nem lembro quem. Também me machuquei, mas nada comparado ao que fizeram com o meu marido, que levou quatro pontos na cabeça”, disse.


Filho do casal com hematoma no rosto | Arquivo pessoal

Waureliany disse que Hugo ganhou voz de prisão e seria conduzido para a delegacia, porém, por causa do corte que ele levou na cabeça, teve que ser conduzido à policlínica. Ela também informou que não pode acompanhar o marido na viatura. “Não me deixaram ir com ele. Disseram que eu poderia ir no meu carro. Fiz isso. Na policlínica, ele também deveria ficar em observação, pois perdeu muito sangue, mas os policiais não deixaram. Inclusive, antes de levá-lo para o quartel o obrigaram a tomar um banho para limpar todo o sangue que ele tinha no corpo”, contou.





Depois de ficar até 2 horas da manhã no quartel, em Mariana, Hugo foi conduzido para a delegacia de Ouro Preto, mas lá, segundo Waureliany, o liberaram com o argumento de que “iriam relevar seu caso”.




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Waureliany contou que seu marido está em casa, se recuperando, porém, com muitas dores de cabeça. “Ele pegou um atestado de três dias, mas vai ter que pegar outro. Como que trabalha dessa forma. Mesmo com medo de uma perseguição, de nos prejudicar de alguma forma, vamos seguir as orientações que recebemos e fazer valer nossos direitos. Isso não pode acontecer nem com a gente nem com ninguém mais”, afirmou.


A redação do portal Ângulo entrou em contato com a Polícia Militar, por meio da assessoria de imprensa do 52º Batalhão da corporação, solicitando um posicionamento sobre o fato. Entretanto, até a publicação da matéria não tivemos retorno.

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