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Escola Estadual de Cachoeira do Brumado segue interditada por problemas em sua estrutura

Atualizado: 20 de nov. de 2021

De acordo com a diretora, a instituição precisa de um documento que comprove que a escola não está em uma área de risco, algo que já foi dito por um engenheiro da prefeitura de Mariana


Foto aérea da Escola Estadual Dona Reparata Dias de Oliveira | André Machado

Com a liberação do governo de Minas Gerais, muitas escolas estaduais puderam voltar com as aulas presenciais, exceto a Escola Estadual Dona Reparata Dias de Oliveira, localizada em Cachoeira do Brumado, distrito de Mariana. A escola não pode ser reaberta por problemas em sua estrutura. De acordo com a diretora, Jandiara Lopes Albuquerque, parte dela está com o telhado comprometido, necessitando de uma reforma.




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Jandiara nos explicou que alguns passos, como o processo licitatório para escolha da empresa responsável pela obra, já foram dados, mas a ausência de um documento que atesta que o prédio não está localizado em um área de risco, solicitado pela Superintendência Regional de Ensino de Ouro Preto, impede o início das intervenções no prédio. “Não pudemos dar sequência no processo devido a solicitação de um laudo geológico que não temos. Primeiro pela dificuldade em encontrar um profissional nesta área e que nos atenda, segundo que a área realmente é de risco, conforme foi dito pelo engenheiro da prefeitura de Mariana”, informou a diretora.



“O sentimento é de tristeza, frustração e indignação. Dona Reparata é uma escola de referência no estado de Minas Gerias e chegar a essa situação é realmente lamentável”.


A situação em que a escola se encontra, tem causado indignação entre os moradores do distrito. “É inconcebível pensar no fim da Escola Dona Reparata por falta de ação, cuidado e planejamento do poder público. É inaceitável que tantos alunos estejam prejudicados dessa forma. Impossível não questionar como a escola funcionou por tantos anos se está em um local de risco? Por que as adequações não foram feitas anteriormente? A falta de acompanhamento fez com que a descoberta do risco só ocorresse agora? Em qualquer situação, seria obrigação do estado manter as condições para que a educação seja priorizada, ainda mais que estamos falando de uma escola que nunca se limitou ao básico e a ensinar seus alunos apenas com as matérias convencionais nas salas de aula”, comentou o jornalista e ex-aluno, Allãn Passos.




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O jornalista ressaltou a importância da instituição no cenário educacional e cobrou um posicionamento dos órgão competentes. “A escola criou projetos pioneiros e transformadores, como uma rádio e uma TV, idealizadas pelo saudoso diretor Carlos Magalhães, e que colocaram a Reparata no mapa de Minas como escola modelo e referência. Quantos alunos podem não ter a oportunidade que eu tive de, ali mesmo, na escola, descobrir sua vocação? O prejuízo educacional é imensurável. Que o governo do estado, por meio da Superintendência Regional de Educação, aja o mais rápido possível por uma efetiva solução para dar respostas à comunidade escolar de Cachoeira do Brumado”, disse.


Os funcionários também lamentam a situação. “O sentimento é de tristeza, frustração e indignação. Dona Reparata é uma escola de referência no estado de Minas Gerais e chegar a essa situação é realmente lamentável”, disse o professor que atua há 30 anos na escola, Ronilson Reis Ulhôa.


Diante da situação, entramos em contato com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) solicitando algumas informações, como as providências para resolver a situação da escola. De acordo com a SEE/MG, há uma vistoria programada para a próxima semana. “Está prevista, para a próxima semana, uma vistoria do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), com objetivo de realizar um estudo geotécnico e geológico da área onde o prédio escolar está localizado, além de um levantamento das providências necessárias", informaram.




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A Secretaria de Estado também informou que a Escola Estadual Dona Reparata Dias de Oliveira foi contemplada no Programa Mãos à Obra na Escola, do Governo de Minas, para reforma, ampliação e modernização das escolas estaduais em todas as regiões do estado. “O valor destinado para a escola gira em torno de R$709 mil para a realização de diversos reparos e reformas do prédio, que está com o processo de licitação em andamento”, disseram.


Também entramos em contato com a prefeitura de Mariana, por meio da sua assessoria de imprensa, mas não tivemos retorno. Entretanto, em um vídeo publicado pelo prefeito interino de Mariana, Juliano Duarte, ele afirma que o município irá desapropriar um terreno e doar ao estado para que eles construam uma nova escola. Além disso, o prefeito se comprometeu a dar assistência em uma obra. “Em relação ao problema de contenção e drenagem, atrás da escola, iremos fazer um estudo técnico para ver a possibilidade de iniciar as obras nesse local e resolver os problemas dessas encostas”, afirmou.



Aulas 2022

Por causa das condições estruturais da escola, o retorno das aulas presenciais deste ano não pôde acontecer e, de acordo com a diretora, o retorno em 2022 também não está garantido. "Não temos previsão de nada ainda, se sairá a reforma, se haverá construção de outra. Estamos indo atrás do prefeito da cidade para ver de que forma poderá nos ajudar. Estamos também em reunião com a equipe da rede física da Secretaria Regional de Ensino para ver o que será decidido”, disse Jandiara.




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Essa incerteza preocupa os pais dos alunos. “Ainda não pensei na possibilidade de trocar meu filho de escola. Acho difícil trocá-lo de escola, pois ele criou um vínculo com a instituição e com os colegas, e quebrar esse vínculo é complicado. Estou confiando que vão resolver esse problema o quanto antes”, disse André de Freitas Machado, pai de João Lucas de 14 anos.


André também demonstrou insatisfação com o poder público. “Fico bem chateado com a situação da escola, por ter chegado onde chegou. A Superintendência tem ciência dos problemas que a escola vem enfrentando. Estão ferindo um princípio básico e fundamental da criança do adolescente, que é a educação. Eles precisam de um prédio confiável e seguro”, disse.




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