Por Lorena de Cássia Freitas
Graduanda em Psicologia na Faculdade Alis Itabirito
A ansiedade está presente no nosso cotidiano, tendo manifestações no nosso corpo, como palpitações, tremores, coração acelerado, tonturas, gastrite nervosa, suor excessivo, dores musculares, entre outros. Em nossas mentes as manifestações são preocupações, medos excessivos, pensamento acelerado, insônia, sofrimento por antecipação, dificuldades de concentração, pensamentos pessimistas, insegurança e etc.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o nosso país tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo. 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) passam por esse transtorno. Com a pandemia esses sintomas se mostram mais visíveis. Portanto, é de suma importância aprender a lidar com seus efeitos. Ela impacta de forma negativa em nossas vidas, varia entre ataques de pânico, fobias, transtornos obsessivos compulsivos (TOC), o estresse pós-trauma e a ansiedade generalizada.
Não é novidade para ninguém que estamos vivendo uma pandemia mundial, e é natural que todos nós sintamos o impacto e exibamos sinais de ansiedade. Pouco se contava sobre esse assunto, aliás, o transtorno é considerado por muitos "bobagem" ou "drama". Mas vocês já tentaram entender um ansioso (a), ou ao menos o ouviu?
É muito mais do que a maioria das pessoas pensam. Ao lado da depressão, a ansiedade é um dos maus do século XXI, e com esse cenário atual que estamos vivendo, a tendência é de se agravar. Já temos o costume de pensar no futuro, de nos preocupar em como vai ser, porém, hoje em dia está tudo incerto, não sabemos quando tudo vai voltar ao normal, mas é de extrema importância que comecemos a cuidar da nossa saúde mental, e para aqueles que já cuidam, que continuem a cuidar.
Muitas pessoas neste período pararam de estudar, não porque quiseram, mas porque não tiveram outra alternativa e acabaram sendo obrigados a optar por essa decisão, perdendo assim 1 ano de estudo. Outros tiveram que se adaptarem e se ajustarem às aulas remotas, que por sinal não é nada simples, e por muitas das vezes sendo mais difíceis de se aprenderem, com isso, exigindo o dobro de dedicação do aluno.
Tudo novo, em um ano atípico onde todos nós tivemos que se adaptar ao “novo normal”, no qual tivemos que iniciar o isolamento social para tentar diminuir a propagação do vírus, tivemos donos de comércios pequenos que fecharam seus mercados, pessoas desempregadas preocupadas em como vão sustentar suas casas e familiares. O emprego se foi, mas as contas e dívidas ficaram, é nesse ponto que começa a pressão, cobranças, tanto interna quanto externa. Ou seja, a pessoa além de se cobrar, acaba se cobrando resultando em um sentimento de impotência e alimentando, assim, seus medos e inseguranças. Existem também as pessoas que moram sozinhas ou distantes da família, que ficam sem nenhuma companhia, e acabam ficando preocupados com os membros familiares que moram longe. Diante disso, é evidente o medo constante de ser contaminado pelo vírus e sofrer com as consequências da doença.
É importante atentar-nos dentro do nosso grupo familiar, ciclo de amigos, colegas de trabalho, vizinhos e etc, sobre as pessoas que pertencem ao grupo de risco, pois essas são mais tendenciosas a terem uma ansiedade maior, já que o tempo todo se fala em jornais e noticiários que a cada dia morre pessoas dentro desse grupo. Para as pessoas que são de risco, ao invés de ficar assistindo diariamente notícias sobre o aumento de morte de casos, podem arrumar um hobby para distrair ou até mesmo para ajudar a passar o tempo.
Por isso, uma boa dica tanto para as pessoas de risco ou não, é, primeiro, procurar um psicólogo, pois a ansiedade se manifesta de maneiras diferentes em cada pessoa, como foi dito acima. Em alguns vão afetar mais pelo lado biológico (que tem relação com o corpo), em outros pelo lado psicológico (relacionado a mente), puxando principalmente para o emocional ou, até mesmo, afetar ambos os lados, por exemplo, misturando uma sensação de falta de ar e coração acelerado, com pensamentos rápidos e vontade de chorar do nada.
De modo a concluir, deixarei alguns métodos que vão ajudar tanto você que é ansioso, quanto você que conhece alguém que está passando por isso. Assista ou recomende filmes e séries, leia livros de interesse, tire um tempo para se conhecer melhor, converse e escute sendo por chamada de vídeo ou ligação com as pessoas que goste, procure meditar, praticar yoga ou algum esporte de seu interesse (respeitando claro as regras de distanciamento), ouça músicas e podcasts. Aproveite esse tempo de isolamento para aprender algo novo, seja cozinhar, pintar, inventar algo, aprender a tocar algum instrumento musical ou dedicar-se a cursos online. O importante é manter a mente ocupada. As vezes a ansiedade é um sinal de que devemos cuidar de nós mesmos, por isso, se necessário, procure ajuda profissional. Cuide da sua saúde mental!