Após 50 anos de espera, Estação Ferroviária de Engenheiro Corrêa será restaurada

A obra tem duração prevista de dez meses

Ane Souz

Com patrocínio master do Grupo Herculano e da J. Mendes, o Terminal Ferroviário de Engenheiro Corrêa, distrito de Ouro Preto, será restaurado, transformando-se em um espaço de convivência e cultura. A ordem de serviço para o início das obras foi assinada nesta quarta-feira, 02, sob a gestão da Holofote Cultural. A obra, que tem duração prevista de dez meses, conta com um investimento de R$2 milhões da Herculano Mineração e R$820 mil da Ferro+ Mineração.

Gilson Martins, diretor da Holofote e coordenador do projeto, explicou que a restauração respeitará os sistemas construtivos tradicionais e suas características arquitetônicas, abordando os problemas físicos e estruturais do prédio. "O projeto arquitetônico prevê a restauração total, incluindo reconstrução, pois muitas paredes estão danificadas e não há mais estrutura do telhado”.

O projeto paisagístico incluirá plantio de grama, arbustos, irrigação automática, e a recuperação da fonte e caixa d’água originais. Além disso, haverá projetos de iluminação, drenagem, cercamento da área para evitar o acesso de veículos e animais, segurança eletrônica com câmeras e alarmes e um projeto de prevenção e combate a incêndios.

"Esse sonho, que atravessou gerações, finalmente está se tornando realidade, graças ao apoio do Grupo Herculano e do Grupo J. Mendes através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Pretende-se ter muitos resultados positivos de curto, médio e longo prazo, como o aumento da circulação de pessoas e turistas, e o fortalecimento do lazer, cultura e turismo na região", destaca Gilson.

O Terminal Ferroviário é um patrimônio cultural que preserva a memória da localidade. A restauração visa manter tanto a estrutura física quanto a dimensão simbólica do local, promovendo a memória coletiva da região de Ouro Preto e se tornando um ponto de encontro para a comunidade.

Durante o evento de assinatura, moradores emocionados relembraram suas histórias ligadas à estação. Murilio Roberto da Silva compartilhou suas memórias da adolescência. “Aos 16 anos, já estava aprendendo telegrafia aqui, seguindo os passos do meu pai, que era ferroviário. Ver a restauração da estação é uma grande honra para todos nós".

Paulo César Rezende Braga destacou a importância da estação para o desenvolvimento do distrito. “Era o ponto de encontro da juventude, onde os trens traziam vida à comunidade". Ele acrescentou que o local servia como um centro de convivência para os moradores, principalmente adolescentes.

O irmão de Paulo César criou uma maquete realista da antiga estação, que foi uma das atrações do evento. O projeto de restauração foi possibilitado pela colaboração entre o setor privado, o poder público e a comunidade. O secretário adjunto de Turismo, Matheus Pontelo, enfatizou a importância da participação popular. “Esse espaço é de vocês. Agora, cabe a todos se apropriarem desse local”.

Douglas Mateus, da J. Mendes, celebrou a restauração como a recuperação da memória coletiva: “Estamos aqui reconstruindo as histórias que fizeram parte da vida de muitos. É um prazer fazer parte dessa iniciativa."

A restauração também incluirá uma biblioteca e uma sala de informática para as crianças e jovens do distrito, conforme explicou Wanderson Rolla, gerente de cultura da Prefeitura de Ouro Preto: "Será um espaço para a comunidade e, principalmente, um incentivo à educação e cultura local".

Renata Velloso, da Herculano Mineração, destacou o sentimento de realização. "Estamos dando um passo importante junto com vocês na conquista desse sonho. Daqui a dez meses, voltaremos para celebrar essa grande vitória com todos”.