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Foto do escritorEliene Santos

Após mais de dois anos fechada para restauro, Casa de Câmara e Cadeia de Mariana é reaberta

Após a entrega, as atividades legislativas também retornarão ao espaço restaurado, com a primeira sessão ordinária agendada para o dia 07 de agosto


Ane Souz

Na última quarta-feira, 02 de agosto, a Casa de Câmara e Cadeia de Mariana, um dos exemplares mais curiosos da arquitetura colonial brasileira, reabriu suas portas ao público após mais de dois anos de restauro minucioso. A restauração foi possível graças a um investimento de aproximadamente R$4 milhões, provenientes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e recursos municipais.


Durante o processo de restauração, foram realizados trabalhos estruturais, arqueológicos, elétricos, de som, sistema de proteção contra descargas elétricas, instalações sanitárias, pluviais, hidráulicas e de prevenção e combate a incêndios. O objetivo principal era preservar ao máximo a estrutura original do edifício, valorizando sua história e características primitivas. Para isso, acréscimos que não faziam parte do projeto original foram removidos, banheiros foram demolidos, e uma escada que levava até o sino da construção foi recuperada.


Durante as ações de salvaguarda do patrimônio, a equipe responsável pelos trabalhos fez descobertas surpreendentes ao remover camadas de tintas antigas. Através da arqueologia de cotas positivas, uma metodologia que utiliza de prospecções como investigação para a restauração de edifícios históricos, foram reveladas pinturas parietais, datas e assinaturas que proporcionaram uma melhor compreensão da evolução do prédio ao longo da história.


Outro aspecto fundamental do projeto de restauração foi a garantia da acessibilidade no prédio. Com a instalação de rampas e elevadores, o edifício restaurado se tornou inclusivo, permitindo que pessoas com deficiência possam participar das atividades legislativas de forma plena. “Muitas vezes eu descia da cadeira de rodas para subir as escadas da Câmara. Outras vezes usava a cadeira elevatória, mas ele não dá segurança e nem autonomia. Infelizmente, nós que temos deficiência sentimos que não fazemos parte de Mariana, pois existem muitos locais que não podemos entrar por não ter um elevador ou uma rampa. Ver um prédio histórico com elevador é uma conquista”, destacou Rosemary Aparecida dos Santos, membro da diretoria da Associação de Pessoas com Deficiência de Mariana (ADEM).


O complexo arquitetônico, localizado em um dos principais cartões postais da cidade, inclui não apenas a Casa de Câmara e Cadeia, mas também o Passo de Nosso Senhor, conhecido como Capela de São Jorge, e o antigo armazém, todos parte do conjunto artístico de Mariana.


Ane Souz

Construída no século XVIII, a Casa de Câmara e Cadeia foi projetada pelo mestre José Pereira dos Santos e concluída em 1798 pelo Mestre José Pereira Arouca. Sua função original era abrigar a primeira sede do legislativo de Mariana, instituído em 1711, e também servir como uma cadeia. O edifício possui dois pavimentos, com o térreo contendo três enxovias (áreas subterrâneas das prisões) e celas separadas para mulheres, homens brancos e homens negros. O andar superior era destinado aos serviços administrativos do Poder Legislativo, incluindo o plenário.


Com a restauração concluída, o prédio histórico retoma seu papel como atrativo turístico, proporcionando aos visitantes a oportunidade de conhecer a rica história da região e contribuindo para a promoção do turismo e o desenvolvimento econômico local. Após a entrega, as atividades legislativas também retornarão ao espaço restaurado, com a primeira sessão ordinária agendada para o dia 07 de agosto.


Veja algumas fotos de Ane Souz:






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