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Ouro Preto: IDDA resgata pitbull em estado crítico e responsáveis são denunciados por maus-tratos

O animal estava amarrado no fundo do quintal, em meio ao lixo e ao sereno, totalmente sem forças para ficar de pé e faminto

Reprodução | Redes Sociais

Mais um caso envolvendo o resgate de um animal de raça em extrema situação de maus-tratos foi registrado, nesta semana, em Ouro Preto. Na noite da última quarta-feira, 21, a ONG IDDA (Instituto de Defesa dos Direitos dos Animais) esteve em uma casa, no bairro Pocinho, após receber um dos inúmeros pedidos de socorro pelas redes sociais, para resgatar uma pitbull, de cerca de 2 anos.


O animal estava amarrado no fundo do quintal, em meio ao lixo e ao sereno, totalmente sem forças para ficar de pé. “A cadela estava numa situação insalubre, jogada ao relento e sem nenhuma proteção, quase se enforcando, caquética, sem forças para levantar e uma anemia severa. Ela foi encontrada em uma das situações mais extremas de maus-tratos. Tenho certeza que ela não resistiria mais uma noite naquele lugar”, disse a presidente da ONG, Luciana Salles, que fez o resgate, acompanhada pela Polícia Militar.



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No vídeo abaixo, divulgado nas redes sociais da IDDA, é possível ver o momento do resgate e as condições em que o animal estava:




Luciana contou que no momento do resgate o tutor do animal, um jovem de 15 anos, não estava na moradia. Ela e os policiais foram recebidos pela mãe do menor, que, de acordo com a presidente, demonstrou total descaso pela cadela. “Ela disse que não queria que o filho tivesse esse cachorro, que ela já tinha o dela e que não teria tempo para cuidar de outro. Seus relatos demonstraram negligência e indiferença com a situação. Tinha uma janela da casa com vista para o local exato onde o animal estava amarrado. Viram o animal definhar ali e não fizeram nada”, destacou a presidente da IDDA.


Ainda de acordo com Luciana, o estado de saúde de Luz, como foi batizada por ela, é crítico e, por isso, ela está internada na clínica Habitat, parceira da ONG. “É medicação 24h. Ela sente uma fome absurda mas não tem forças para comer sozinha. A situação é complicada e, infelizmente, ela corre o risco de vida. Luz está lutando bravamente e todos nós estamos lutando com ela para vê-la sair dessa situação e dar a ela a oportunidade de viver sendo amada, como merece”, destacou.

Quem quiser ajudar com as despesas para o tratamento de Luz, pode contribuir por meio do PIX 23.704.370/0001-05, CNPJ da ONG. “Toda ajuda é aceita. Se não em doações, logo, quando ela receber alta, com um lar cheio de amor e carinho”, destacou Luciana.



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Crime de maus-tratos


De acordo com a presidente da IDDA, foi feito um boletim de ocorrência para que os responsáveis pela pitbull respondam pelo crime de maus-tratos de animais. “Desde a noite do ocorrido, estamos tomando todas as providências para que essa família seja responsabilizada e que nunca mais tenham a chance de fazer isso com outro animal. Queremos justiça, que sejam responsabilizadas pelo que fizeram com a Luz”, destacou Luciana.


No Brasil, maltratar animais é considerado crime, conforme explica o delegado de Polícia Civil de Mariana, Cristiano Castelucci. “Qualquer ato que negligenciar os cuidados básicos que o animal necessita, como deixá-lo acorrentado, sem água e comida adequadas, isolado de contato com outros animais ou pessoas, más condições de higiene e saúde, pode caracterizar o crime de maus-tratos. Qualquer pessoa que tiver notícias de casos como esses pode entrar em contato diretamente com a Delegacia de Polícia ou qualquer outra instituição que integra o órgãos de Defesa Social, e denunciar. Ela nem precisa se identificar, se não quiser”, disse.



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Segundo Cristiano, há punições para quem comete o crime. “Este crime, previsto no artigo 32, parágrafo 1, alínea A, da Lei 9.605/98, que é a Lei de Crimes Contra Meio Ambiente, foi alterada no ano de 2020, aumentando a pena quando as vítimas forem cães e gatos. A pena prevista é de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda, e se o animal morrer, a pena pode ser aumentada”.


Para Luciana, além de punições, é necessário que o poder público implante políticas públicas funcionais, principalmente em Ouro Preto, onde, segundo ela, é onde a ONG IDDA se depara com mais casos de maus tratos explícito. “80% das situações de maus tratos graves ocorrem em Ouro Preto. Em Mariana ainda temos leis mais ampliadas. Precisamos de mobilização do poder público, de um programa de manejo eficaz, de um programa de educação ambiental dentro e fora das escolas. Todos precisam entender e cumprir seu papel. Hoje, infelizmente, a ONG, que existe para dar apoio, faz, muitas vezes, o papel do poder público”, afirmou.


A presidente da IDDA também fez um alerta para uma situação que vem se tornando corriqueira na região: maus tratos de animais de raça. “Nas últimas semanas, resgatamos vários em situação extrema, como chow chow, cane corso, poodle e pitbulls. Todos eles em situações críticas. Ficamos preocupadas, principalmente com a raça pit bull, pois, hoje, existe essa ‘modinha’ de alguns de ter a raça só para exibir, e as pessoas se esquecem que são vidas, que é preciso ter uma guarda responsável. Se você não puder dar carinho, atenção, apoio e amor para o animal, não tenha um”, disse.



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