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Ouro Preto: manifestação contra a Saneouro termina em confusão

A Guarda Municipal utilizou spray de pimenta e cassetetes para retirar os manifestante do prédio da prefeitura




Na tarde da última quarta-feira, 19, moradores de Ouro Preto realizaram uma manifestação contra a Saneouro, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto na cidade. O ato, liderada pelo Comitê Sanitário de Defesa Popular de Ouro Preto, foi motivado pelos altos valores cobrados pela concessionária, que varia entre R$300 e R$1.400, e pelo descumprimento da promessa de campanha do atual prefeito, Ângelo Oswaldo, que garantiu que o serviço de água e esgoto no município voltaria a ser público.



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Segundo informações, a manifestação começou na Praça da Estação e seguiu em caminhada até a prefeitura, onde os participantes solicitaram a presença do prefeito. Ao serem informados de que o executivo não estava no local, os manifestantes decidiram ocupar o saguão da prefeitura, mas foram retirados por agentes da Guarda Municipal, que utilizaram spray de pimenta e cassetetes. “Não tinha motivo nenhum para agir - Guarda Municipal - dessa maneira. Nossa manifestação era pacífica” relata um morador que a prefeitura não se identificar.


De acordo com a nota emitida pela prefeitura, os manifestantes foram recebidos no auditório pelo secretário de Governo, Yuri Borges Assunção, pois o prefeito cumpria agenda oficial fora do município. A nota também afirma que a Guarda foi acionada para retirar os manifestantes que “danificavam o patrimônio” e “usavam de violência física contra os representantes públicos” que estavam ali.

“A manifestação ocorria de forma pacífica, porém, algumas poucas pessoas estavam mais exaltadas, inclusive fazendo uso de bebida alcoólica dentro do prédio público. Alguns destes mais exaltados tentaram invadir o gabinete do prefeito e passaram a danificar o patrimônio, com vários danos a portas, maçanetas e cadeiras, cujos efeitos serão objeto de perícia logo na manhã desta quinta-feira. Ao final, essas pessoas mais exaltadas usaram de violência física contra os representantes públicos que estavam presentes. Diante desta situação, e sem conseguir a retirada dos manifestantes do prédio de forma pacífica, a Guarda Municipal fez uso dos meios necessários para a remoção dos manifestantes para que não houvesse mais prejuízos ao patrimônio público e nenhum risco às pessoas ali presentes”, diz a nota.


A Saneouro presta serviços de água e esgoto em Ouro Preto desde janeiro de 2020, por meio de um contrato de concessão dos serviços públicos com o município. Os moradores da cidade histórica alegam que, antes da chegada da concessionária, o valor do serviço variava entre R$22 e R$26. Ainda segundo eles, a cobrança atual é três vezes maior, se comparada às concessionárias que atendem a nível nacional.



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A prefeitura de Ouro Preto declarou que vem atuando para combater a cobrança abusiva da água e esgoto com ações judiciais e outras frentes para a redução da tarifa. Ela também informou que solicitará a rescisão do contrato com a Saneouro.



Valores cobrados


Em contato com a Saneouro, ela nos informou que os valores cobrados na fatura correspondem ao consumo real de cada unidade, como era apresentado no período de simulação. "Para preparar os moradores para essa nova realidade, simulamos em cada fatura qual seria o valor real pelo consumo durante, pelo menos, quatro meses enquanto cobrava a tarifa única. Durante o período da simulação, procuramos os clientes que registravam consumo muito alto para alertá-los para a investigação de vazamentos internos e, muitas vezes, colocamos nossa equipe para sanar os problemas", destacou.


A Saneouro também destacou que assumiu os serviços de Ouro Preto com metas de investimentos para adequação e modernização dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento, a cidade não tinha hidrometração do consumo de água e que, por isso, os usuários dos serviços pagavam uma tarifa única. "O contrato definiu uma estrutura tarifária para que, assim que 90% dos imóveis estivessem hidrometrados, a SANEOURO cobrasse pelo consumo real de cada cliente, de acordo com a estrutura tarifária definida no contrato de concessão", informou, alegando que o investimento feito na implantação e modernização dos serviços foi de mais de R$41,5 milhões.



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