Em vídeo, governador afirmou que vai encaminhar à Assembleia um projeto de lei para reajustar os salários
Nesta quinta-feira, 24, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, anunciou que vai encaminhar à Assembleia Legislativa um projeto de lei para reajustar em 10% o salário dos servidores públicos do estado, além de outros aumentos em bonificações e vale-alimentação. O anúncio foi feito em um vídeo, gravado por Zema, e publicado em suas redes sociais.
Veja o vídeo:
O projeto de lei também prevê o aumento no pagamento de vale-alimentação e ajuda de custo. De acordo com Zema, o auxílio-alimentação para quem já recebe R$47 por dia, será reajustado para R$75.
O anúncio de Zema ocorre dois dias depois que membros das forças de segurança de Minas Gerais anunciaram uma greve para reivindicar reajustes salariais. Integrantes das polícias Militar, Civil e Penal, além do Corpo de Bombeiros, fizeram uma manifestação no início da semana e aprovaram uma paralisação para pressionar o governo a apresentar uma proposta de aumento de salário.
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No caso das forças de segurança, além do reajuste de 10%, o governo de Minas também propõe triplicar o valor pago para "auxílio-fardamento", no caso dos militares, ou "auxílio-vestimenta", no caso dos civis. Hoje, esse benefício é de cerca de R$1.800 por ano, pago em uma única parcela, no mês de abril. A proposta de Zema é pagar três parcelas de cerca de R$2 mil.
Coletiva
Após a divulgação do vídeo nas redes sociais do governador Zema, o governo de Minas organizou uma coletiva para que a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, e o secretário de Estado de Governo, Igor Eto, pudessem explicar a proposta.
De acordo com Luísa, o reajuste vai custar R$4,5 bilhões por ano aos cofres estaduais. Ela informou que os recursos serão bancados com o esforço feito para aumento de arrecadação e contenção de despesas pelo governo estadual. "Isso não retira a necessidade de medidas que garantem sustentabilidade fiscal a médio e longo prazo", afirmou.
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Para Eto, a proposta apresentada por Zema é o esforço máximo que o governador poderia fazer. "O mais importante é que o anúncio feito é o mais longe que o governador é capaz de fazer. Ele reconhece o pleito dos servidores, a disparada da inflação, mas não podemos esquecer a realidade fiscal do Estado. Esse foi o esforço máximo que o governador conseguiu fazer", garantiu.
Eto ainda afirmou que o governo vai, temporariamente, retirar o regime de urgência do Projeto de Lei 1.202/2019, que autoriza o Estado a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O tema está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF). "Temporariamente, o regime de urgência do RRF ficará suspenso para que o projeto de reajuste possa ser votado o mais breve possível. Não basta dar o reajuste que precisamos, mas temos que olhar no longo prazo para conseguirmos pagar. Em um passado não muito distante, os servidores tinham salários atrasados e parcelados", afirmou, em referência à gestão de Fernando Pimentel.