Achado arqueológico revela piso original em igreja de Ouro Preto
- Eliene Santos
- 24 de jun.
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A estrutura será mantida e o piso, complementado com lajes similares

Um importante vestígio da arquitetura colonial veio à tona durante os trabalhos de restauração da Igreja Bom Jesus de Matozinhos, São Miguel e Almas, situada no bairro Cabeças, em Ouro Preto. Técnicos envolvidos na intervenção identificaram o piso original na lateral direita do templo, composto por lajes de pedra que estavam cobertas por uma camada de concreto.
A descoberta foi feita durante uma visita técnica realizada na última quarta-feira, 18, e será incorporada ao processo de revitalização do espaço. De acordo com a arqueóloga Maíra Mendes, a estrutura será preservada, e o novo piso da área será complementado com lajes semelhantes, do tipo conhecido como pedra Ouro Preto. Essa medida possibilita a recomposição fiel de elementos originais da edificação e permite compreender melhor as técnicas e os usos arquitetônicos adotados ao longo da história.
A revelação é considerada um marco significativo para os estudos de arqueologia urbana e para os processos de restauração, sobretudo em cidades com o perfil histórico de Ouro Preto, reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco. Elementos como esse fornecem evidências concretas que fortalecem o valor material e simbólico dos bens culturais, orientando ações de preservação com base em dados científicos.
As obras já avançaram 50% e contemplam, na primeira fase, a reconstrução de quase todo o telhado, restauração de grande parte dos pisos, reforço estrutural, conclusão da drenagem profunda e início da drenagem superficial. Outras ações em andamento incluem reparos nos forros laterais, revitalização das torres, instalação do sistema de para-raios e atualização elétrica.
A intervenção é realizada por meio de uma parceria entre a prefeitura de Ouro Preto e o Iphan, com financiamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do orçamento municipal. A Secretaria de Cultura e Turismo, por meio do Departamento de Projetos Especiais (Proesp), coordena a iniciativa, que conta com acompanhamento técnico do Iphan. A previsão é de que a primeira etapa da obra seja concluída em janeiro de 2026, com novas fases programadas para começar ainda em 2025.