As obras serão feitas abaixo do mirante da pista de caminhada Alamedas dos Inconfidentes, que cedeu após as chuvas do início deste ano
Há dias não chove em Mariana, mas o estrago provocado pelas chuvas no início do ano ainda gera dor de cabeça para alguns marianenses. É o caso de José Eustáquio Magalhães Elias, conhecido como Tati, sócio proprietário do posto de gasolina localizado na Avenida Nossa Senhora do Carmo, próximo a rodoviária.
Segundo o empresário, parte da pista de caminhada Alamedas dos Inconfidentes, que fica acima do posto de gasolina, pode ceder e comprometer o seu estabelecimento, além de colocar em risco as pessoas que trabalham ou passam por ali. “Tenho um compressor de gás abaixo do mirante, avaliado em R$1,2 milhão. Se ele for danificado, quem vai me ressarcir. Também não posso permitir que aquela terra caia e tire a vida ou machuque as pessoas que trabalham comigo ou meus clientes”, diz Tati.
O empresário conta que há uns meses realizou uma obra em uma parte do local comprometido com recursos próprios e que aguardava a finalização dos trabalhos por parte da prefeitura. Porém, devido às chuvas do início do ano, a encosta ofereceu um risco maior de deslizamento e como a prefeitura alega não ter verba para as obras, ele irá realizá-las e pagar por elas. “De acordo com o meu chefe de obras, se a gente somar o que foi e o que será gasto, gira em torno de R$300 mil. Fico indignado, porque é uma obrigação do poder público, o terreno é da prefeitura. O posto está ali há mais de 20 anos e essa dor de cabeça só veio porque fizeram a pista ali”, afirma.
Mirante interditado e trincas na pista
Quem passa pela pista de caminhada Alamedas dos Inconfidentes vê que o mirante está interditado, como mostra a imagem abaixo.
Isso porque, de acordo com a secretaria municipal de obras, em novembro de 2022 “o talude a jusante ao mirante ocorreu uma carreamento de material, qual objeto da obra”, ou seja, parte do talude, que é a encosta abaixo do mirante, cedeu.
A secretaria também informou que, no mesmo mês, foram iniciadas obras de reparo, como a retirada do material solto e, que por causa das chuvas, como precaução, o talude foi coberto com lonas. Ainda segundo a pasta, a obra será retomada no início do próximo mês, com recomposição do talude e um muro de contenção abaixo da encosta.
Depois do mirante, sentido a Passagem de Mariana, a pista de caminhada também apresenta algumas trincas, que, segundo usuários, surgiram após o isolamento do mirante.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Mariana, Welbert Stopa, seria necessário avaliar as trincas para entender sua origem, uma responsabilidade da secretaria de obras. "Na época não foi feito nenhum relatório pela Defesa Civil, porque a secretaria de obras ficou responsável por avaliar, tendo em vista que eles tinham geólogos em seu corpo técnico", explica.
Mesmo com a solicitação de uma avaliação do trecho, a secretaria de obras informou que não teve oportunidade de realizá-la devido aos inúmeros problemas das chuvas do último ano. Questionada sobre o risco que as trincas podem oferecer a quem passa por ali, a secretaria de obras disse que acredita que se elas não evoluírem, não trarão prejuízos aos usuários.