Segundo o executivo, serão aplicados mais de R$2,4 milhões na compra de 500 fossas sépticas que serão instaladas nas casas localizada antes da cachoeira
Na tarde de ontem, quarta-feira, 11, o prefeito interino de Mariana, Juliano Duarte, esteve em Cachoeira do Brumado, distrito de Mariana, para anunciar o investimento de mais de R$2,4 milhões para despoluir a queda d'água da comunidade. O recurso será utilizado para a compra de 500 fossas sépticas que serão instaladas nas casas localizada antes da cachoeira.
De acordo com o executivo, a medida vai garantir melhorias ao meio ambiente e mais saúde para os banhistas, tendo em vista que a água é imprópria para banho por apresentar um alto risco de contaminação de esquistossomose, doença parasitária, também conhecida como xistose. “Todo o esgoto é direcionado para o rio e, além da poluição, gera um grande problema de saúde pública ligada diretamente a esquistossomose/xistose. Vamos mudar essa realidade”, disse Juliano, que ressaltou que após a assinatura do Projeto de Lei, ele seria encaminhado à câmara de vereadores.
A notícia alegrou os moradores, que aguardavam pela iniciativa há anos. “Em 2022, o ex-prefeito Celso Cota havia anunciado a implantação dessas fossas em 68 residências, porém, foram fabricadas apenas um terço. Mais uma vez estamos animados e confiantes”, disse Evanicio Ramos.
O cachoeirense também destacou a importância da queda para a comunidade. “É um grande polo de atração turística que ajuda na divulgação das nossas belezas naturais e até mesmo dos produtos artesanais que são feitos em Cachoeira do Brumado”, afirma Evanicio.
Mais ações
Além da despoluição da queda d’água do distrito, Juliano também anunciou outras ações para o distrito. Uma delas é para resolver um problema que, recentemente, tem deixado os moradores indignados: a qualidade da água que chega em suas casas. Na maioria das vezes a água chega com uma coloração escura e um cheiro muito forte, o que a torna inviável para consumo e até mesmo atividades básicas, como cozinhar e lavar.
De acordo com o executivo, após análises no manancial do Pinduca, a água dessa região será utilizada para abastecer a comunidade. “Estamos finalizando o projeto e em breve vamos enviar um orçamento para a Câmara. Hoje já tivemos uma reunião de alinhamento com a Funasa, pois parte desse recurso será por ela. Neste mês ainda voltaremos ao distrito para apresentar o projeto detalhadamente para os moradores”, afirmou Juliano.
A terceira ação é a implantação do projeto produtor das Águas, em parceria com o Instituto Espinhaço. O projeto consiste em implementar ações que possam demonstrar uma nova modelagem de revitalização de bacias hidrográficas através da composição vegetal, ações de conservação do solo e da água, além do fomento ao engajamento socioambiental. “O projeto Produtor das Águas foi realizado em Águas Claras e Furquim, e agora vamos trazê-lo para Cachoeira. Ele vai atender o produtor rural que tem uma nascente em sua propriedade para revitalizá-las com o plantio de árvores, cercamento e divisão de água para atender o gado”, informou Juliano.
Cobranças
Há tempos, a comunidade, por meio da Associação de Moradores do distrito, solicita do poder público ações para garantir água de qualidade para consumo e a descontaminação da cachoeira. “Tem, pelo menos, 10 anos que a Associação vem cobrando por melhorias e nenhum gestor demonstrou interesse em resolver o problema. Dinheiro tem, sabemos. Falta mesmo é interesse”, disse André Machado, membro da Associação.
Para cobrar um posicionamento sobre os dois assuntos, tendo em vista que o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Mariana havia se comprometido em solucionar os problemas apontados há alguns meses, na última quinta-feira, 5, representantes da Associação e da Comissão SOS Água, formada por um grupo de moradores, reuniram novamente com a autarquia. “Na reunião de setembro do ano passado, garantiram soluções dentro de quatro meses. Já se passaram sete”, afirma André.
Questionado sobre o projeto de abastecimento do distrito, o diretor do SAAE, Ronaldo Camelo da Silva, informou que o processo licitatório referente a ele iria se iniciar nos próximos dias e que até a Festa da Panela, que acontece em julho a comunidade já seria abastecida com a água da Pinduca. “Foi feito uma análise da água dessa região e ela apresentou boas condições para consumo”, destacou Ronaldo
Após a fala do diretor, André solicitou que a Associação tenha acesso ao projeto e aos estudos que foram feitos pelo SAAE que atestam a qualidade da água. “Não estamos pedindo para paralisar o processo licitatório. Pelo contrário, queremos que ele prossiga. A única coisa que queremos é entender melhor sobre o projeto e o estudo que foi realizado, até porque temos uma Comissão com profissionais de diversas áreas”, disse André.
Em relação a descontaminação da cachoeira, Ronaldo informou que o processo licitatório para implantação das fossas seguia sob responsabilidade da secretaria de Meio Ambiente e que ele “estava muito bem encaminhado''.
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