Nova espécie de árvore é descoberta no Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto
- Eliene Santos
- 6 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
A árvore foi batizada de Mollinedia fatimae, uma homenagem a sua professora Fátima Buturi

Uma nova árvore foi encontrada no Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto, durante uma pesquisa de campo do biólogo Danilo Alvarenga Zavatin. Ao G1, o pesquisador contou que a descoberta aconteceu de forma despretensiosa, pois ele buscava outra espécie para o seu trabalho de seu mestrado. “Encontrei sete indivíduos dessa espécie, que é uma parente próxima da planta que estudo, e de imediato reconheci que essa planta poderia ser uma espécie nova, pois não consegui relacionar com nada que conhecíamos”, disse.
A descoberta foi em novembro do ano passado, mas o estudo e classificação da planta levou cerca de um ano para ser concluído. O artigo foi publicado na revista Phytokeys, no último mês de outubro.
Segundo Danilo, a espécie nova é da família Monimiaceae, cujos exemplares podem atingir cerca de 10 metros de altura. Indivíduos grandes podem chegar aos mais de 100 anos e são plantas dioicas, ou seja, possuem ambos os sexos.
Ainda de acordo com o biólogo, a família Monimiaceae ocorre em diversos outros países na área pantropical e que a planta mais conhecida é o boldo chileno, cujas folhas secas são vendidas para consumo em chá. Essa família é formada por árvores, arbustos e raramente por trepadeiras de folhas opostas com ou sem dentes na margem.
A árvore foi batizada de Mollinedia fatimae, uma homenagem a sua professora Fátima Buturi, que estuda a família Asteraceae (família do girassol). “Ela foi minha professora na graduação e sempre tive muito carinho por ela. É uma pessoa incrível e querida por todos, muito profissional e que me inspira muito na construção de minha trajetória. Homenageá-la sempre esteve em minhas intenções, até que agora tive essa oportunidade”, destacou.
O risco de extinção da Mollinedia fatimae foi caracterizado como “criticamente em perigo”, ou seja, existe um perigo extremamente alto da espécie ser extinta na natureza. Para classificar o grau de risco de extinção de uma determinada espécie, Danilo explica que são avaliados a área de distribuição da planta e a temporalidade de registros da mesma. “Esses critérios e alguns outros são definidos pela IUCN e aplicados mundialmente para sabermos o status de conservação de cada espécie”, contou.