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A Educação pós pandemia

Por Natália Martins Barros

Graduada em Pedagogia e mestre em Educação pela Universidade Federal de Ouro Preto

Bacharela em Direito pela Fundação Presidente Antônio Carlos


Desde o início da pandemia, diversas escolas adotaram o ensino a distância | Banco de Imagens

No ano de 2020, o cenário mundial, de forma repentina, foi modificado devido ao coronavírus, o que gerou inúmeros prejuízos em relação às empresas, aos comércios, às pessoas autônomas, entre outros. Além disso, não apenas esses ficaram prejudicados, muitas pessoas sofreram e ainda sofrem por perdas de familiares e amigos, vítimas da Covid-19.


Assim, muitas mudanças foram necessárias devido a essa Pandemia. A Educação foi também afetada, devido à suspensão das aulas presenciais, o que interferiu na rotina de alunos, pais, responsáveis e professores. Enfim, todos que compõem a comunidade escolar. Um desafio foi posto, trabalhar de forma remota, já que há alunos com ou sem acesso à internet. Embora sejam entregues materiais impressos, a realidade de cada família é um ponto de análise para essa nova realidade. Os profissionais da educação, com isso, tiveram que criar novas formas de ensinar. Enfim, tudo muito novo para todos!


Nessa perspectiva, já se passaram meses e temos esse novo contexto na realidade da Educação, onde se tenta organizar, reinventar-se. Aquelas escolas que já dispunham de tecnologias - o que diminui um pouco o impacto da não utilização das salas de aulas - não sofreram tantos efeitos, já que dispunham de recursos tecnológicos. Mesmo assim, a falta de preparação para a ausência de interação presencial marca todos os tipos de alunos, talvez de forma definitiva pela vida.


No entanto, não é de hoje que várias instituições, principalmente, as de Ensino Superior já haviam discutido e implantado a Educação a Distância, 100% online ou semipresencial, o que, nesse contexto, poderia tornar todo processo pedagógico, de certa maneira, mais acessível. Todavia, ainda pouco mudou em relação à Educação Básica devido às oportunidades perdidas na última década por falta de investimentos governamentais, além dos grandes desafios caracterizados pelo atendimento a um outro tipo de público-alvo. Isso porque, na pandemia, o ensino digital tornou-se uma obrigação e o ensino híbrido uma possibilidade cada vez mais iminente no contexto dos próximos meses. Desse modo, essa transformação parece evidenciar o fim de uma era em relação ao ensino presencial tradicional.


Nas secretarias de educação, a dificuldade encontrada é criar um plano que possa atender a todas as escolas de forma igualitária, pois os professores e as professoras passam por grandes desafios em manter os alunos presentes nas atividades remotas, bem como em relação àquelas que foram entregues de forma impressa. Nesse novo momento que vivenciamos, não se pode negar o uso de ferramenta tecnológica para a educação. Embora haja muitos fatores a serem pensados e repensados, devemos ter em foco que os alunos do século XXI não são os mesmos de alguns anos e, por isso, novas formas de ensinar devem ser encaradas como um limiar e não como um limite.


Desse modo, as metodologias ativas de ensino serão beneficiadas com essa nova realidade tecnológica, uma vez que rompem com o ensino tradicional - no qual o professor tem a voz ativa - e dão voz ao aluno, tornando-o protagonista. Essa nova forma permite desenvolver as habilidades e as competências centradas no aluno através de autonomia que é dada a ele, de maneira integrada à facilidade que as novas gerações têm de manusear as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação. A gamificação é um bom exemplo de artefato para despertar o interesse e desenvolvimento dos alunos.


Nesse novo contexto, espera-se que a resistência dos docentes mais tradicionais seja minimizada e as mudanças possam ser produtivas e enriquecedoras para todos. Não que os profissionais de educação devam ser substituídos pela tecnologia, mas essa última pode contribuir para o ensino inovador e que se enquadre na realidade em que vivemos. Essa constatação não contradiz o pensamento de Sucena Hummel, o qual afirma que “a tecnologia é o meio e não o fim”, pois, a todo momento, já existe uma significativa utilização das ferramentas tecnológicas na sociedade e, portanto, esse novo mundo não nos é estranho, apenas mudará a forma como o utilizamos.


Os órgãos públicos têm essa responsabilidade em criar estratégias e dar suporte a todos os professores e alunos para a educação que seja para todos e que não exclua ninguém e isso é claramente previsto em nossa Constituição Federal de 1988, em seu Art.6º., o qual prega como direito social do cidadão a educação de qualidade. Para todos os professores, é fundamental que sejam ofertados cursos de novas metodologias de ensino fundamentadas nas novas tecnologias. Para os alunos, o acesso igualitário e irrestrito à internet e a essa nova forma de interação. Para as escolas, melhores equipamentos e uma rede de internet compatível com esse novo desafio, além de manutenção constante nos artefatos tecnológicos.


Desse modo, estaremos à altura do desafio que nos é imposto e proporcionaremos a toda uma geração afetada pela pandemia, o crescimento intelectual, escolar e profissional, minimizando os impactos relevantes trazidos por essa verdadeira tragédia medieval em plena era da informação.

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